Cyberbullying já é mais frequente que bullying

setembro 29, 2010

Foto: site casasaudavel

Um estudo realizado no Brasil, em fevereiro de 2010, mostra que o cyberbullying, violência entre jovens praticada por meios virtuais, já é mais frequente que o bullying, as agressões feitas pessoalmente. Dos 5.168 alunos que participaram da pesquisa, realizada nas cinco regiões do País, 10% já sofreram ou praticaram bullying, enquanto 16,8% foram vítimas e 17,7% praticaram o cyberbullying. O estudo foi realizado pela ONG Plan Brasil, ONG de defesa dos direitos humanos na internet.

Especialistas afirmam que a Internet facilita ainda mais o comportamento anti-social. O anonimato permitido encoraja os agressores, já que eles se sentem protegidos das conseqüências de seus atos.

Em entrevista ao site diarioweb, a psicopedagoga Andréa Della Corte Barros disse que o cyberbullying é mais difícil de ser evitado do que o bullying. “Na escola, funcionários podem perceber o comportamento das crianças e adolescentes e evitar que a situação tenha como consequência uma agressão física”, afirma. “Já na internet, esse tipo de controle é mais difícil.”

O caráter móvel das novas tecnologias faz do cyberbullying uma prática ainda mais agressiva, que ameaça os estudantes até fora da escola. Portanto, e como não acontecia com o bullying tradicional, o lar já não é um lugar de refúgio para a vítima.


Internet como meio potencializador do bullying

setembro 19, 2010

A internet, como já foi amplamente discutido durante os últimos anos, possui aspectos positivos e negativos, assim como qualquer outra criação tecnológica. Além do acesso ilimitado a informações e conteúdos, esta enorme conexão, dentre os seus pontos negativos, também pode potencializar o bullying, elevando muito o seu alcance.

Um descuido com a construção de uma frase, que poderia se tornar piada apenas dentro do ambiente do colégio ou de um grupo de amigos, pode tomar proporções enormes com a internet, a exemplo do “puta falta de sacanagem”, vídeo no qual a fã da banda Restart, Georgia Massa, indignada, diz achar uma “puta falta de sacanagem” o cancelamento do show da sua banda preferida. O vídeo logo se tornou um meme, assunto que se espalha na internet de forma viral.

"Puta falta de sacanagem!"

No Twitter, a hashtag #putafaltadesacanagem logo atingiu os trending topics brasileiros e por lá permaneceu por duas semanas. Inúmeras edições do vídeo foram feitas e disponibilizadas no Youtube (a versão mais visitada tem mais de um milhão de exibições). Além disto, vários blogs de humor usaram até a exaustão o vídeo e criaram inúmeras piadas baseadas no descuido de Georgia.

Ao menos, a história de Georgia terminou bem. Com o sucesso repentino ela acabou conhecendo pessoalmente os seus ídolos. Além disto, os integrantes do Restart também presentearam Georgia com uma camiseta com a frase que a tornou célebre. Porém, é preciso se atentar para os riscos do hiperdimensionamento proporcionado pela internet, riscos que aumentam e muito a danosa prática do bullying.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folhateen/743040-revoltada-com-restart-fa-soltou-a-frase-que-virou-hit-na-internet.shtml


Do bullying à tragédia

setembro 17, 2010

Não é tão difícil achar exemplos de ciberbullying na internet. A prática é tão comum que encontramos no nosso dia-a-dia diversos exemplos de amigos e/ou conhecidos que já sofreram ou cometeram esse tipo de abuso. Apesar de, em geral, as provocações não interferirem de modo trágico na vida da vítima, existem casos em que as consequências do ciberbullying podem ser muito maiores do o agressor esperava. Como nesse exemplo, de 2008, publicado na UOL, inovador pela sentença judicial:

“Americana é condenada por trote na internet que provocou suicídio

Uma dona-de-casa americana foi condenada por crimes ligados ao uso indevido de computadores depois de ter criado um perfil falso no site MySpace que teria levado uma adolescente a cometer suicídio.

Advogados de defesa da família da adolescente Megan Meier, de 13 anos, acusavam Lori Drew, de 49 anos, de ter criado o perfil falso de um jovem de 16 anos com a intenção de humilhar a menina, que teria espalhado boatos sobre a filha de Drew. Ambas eram vizinhas e freqüentavama a mesma escola em St. Louis, no Estado do Missouri.

Megan, que tinha histórico de depressão, logo passou a trocar mensagens com o “rapaz”, que dizia ter acabado de se mudar para o mesmo bairro.

Meses depois, o falso jovem rompeu a amizade virtual com Megan, em uma mensagem que dizia que “o mundo ficaria melhor sem ela”. Em seguida, ela se enforcou.

Três anos No Estado do Missouri, os promotores não conseguiram encontrar leis que justificassem um processo judicial contra Drew.

Mas autoridades em Los Angeles, na Califórnia, onde o MySpace está baseado, decidiram processá-la por crimes normalmente cometidos por hackers.

O júri a inocentou das acusações mais graves, como a de ter a intenção de causar stress emocional.

Mas ela foi considerada culpada de três acusações sobre uso indevido de computadores, inclusive de ter acessado um aparelho sem autorização.

Drew agora pode ser setenciada a até três anos de prisão.

O caso chamou a atenção por ser o primeiro relacionado ao “cyber-bullying”, termo usado para definir a perseguição e a humilhação de uma pessoa através de emails e sites de relacionamento.

Segundo o correspondente da BBC em Los Angeles, Rajesh Mirchandani, houve pedidos para que esses sites comecem a controlar com mais atenção as atividades de seus usuários e tomem providências contra os que abusarem das regras de conduta.”


Caiu Na Net

setembro 14, 2010

Quem convive com a internet certamente já recebeu fotos ou vídeos divulgados sem autorização de pessoas em momentos íntimos com seus parceiros. Por mais que se imagine o contrário, distribuir conteúdo pessoal alheio é uma prática muito comum na rede. Os casos de violação de intimidade multiplicam-se a cada dia. E não há o conforto de imaginar que isso acontece apenas num ambiente muito diferente do seu. Pode, facilmente, ocorrer com um colega de trabalho ou faculdade, por exemplo (quem é de Salvador deve se lembrar de um caso em especial de enorme proporção).

Essa repugnante prática é popularmente conhecida como Caiu Na Net (CNN). Ou, pelo menos, essa é a forma como é conhecida nos fóruns, sites e blogs especializados nesse tipo de conteúdo pornográfico. Sim, há uma categoria de sites especializados nesse assunto e são chamados de “Sites de Amadoras”. Estes estão entre os maiores responsáveis pela propagação desenfreada de material amador pela rede, tornando impossível mensurar a extensão do problema. O CNN normalmente começa quando todos ou apenas um dos indivíduos resolve registrar os momentos sexuais do casal ou grupo. Neste momento, pode até haver o consentimento de todos os envolvidos e o material ser gravado e armazenado sem problemas. O crime, por assim dizer, começa quando, sem qualquer autorização dos indivíduos, o conteúdo é distribuído na internet. Sabe-se que, na maioria dos casos, quem disponibiliza o material amador é um homem ou mulher com intenções vingativas – por fim de namoro ou traição, por exemplo. Mas não são raros episódios onde um computador ou celular roubado contém fotos e vídeos íntimos e dessa forma Caem Na Net. Há também casos de técnicos que encontram esses arquivos durante uma assistência e resolvem disponibilizar para toda a rede. Como percebe-se, há muitos meios desse conteúdo particular chegar ao domínio de pessoas mal intencionadas e que não hesitarão em disponibilizá-lo para um ambiente tão livre como a internet.

Mais rápido do que se imagina, esse material pode chegar ao conhecimento de parentes ou amigos dos envolvidos, trazendo os danos do meio virtual para o meio social. As consequências se repetem na maioria dos casos conhecidos na internet: todo os tipos de ofensas e humilhações, violência física, isolamento, desconfiança, desemprego, mudança de cidade etc. Isso sem contar com o lado emocional do indivíduo, que certamente sofre um grave abalo, muitas vezes incorrigível. Assim, o bullying ocorre tanto num ambiente social virtual como o social de fato, como um bullying potencializado pelo advento da internet.

Um ponto muito importante para a discussão é perceber o quanto as novas tecnologias influenciaram para a multiplicação dessa prática ofensiva. A influência mais óbvia é a internet, que é o meio de toda a propagação do conteúdo. Qualquer ambiente da rede pode divulgar essas fotos e vídeos: fóruns, e-mails, mídias sociais, sites, blogs, grupos, comunidades. As possibilidades são infinitas. É importante também lembrar que esse material pornográfico, considerado exclusivo, só pôde se popularizar após a internet, já que antigamente era muito difícil distribuir fotos e vídeos de origem amadora. Mas essa é apenas a influência mais óbvia. Com todo o avanço tecnológico, tornou-se mais acessível registrar fotos e vídeos, inclusive com aparelhos extremamente portáteis, como celulares e câmeras digitais. É daí que começa tudo. Temos também o advento de dispositivos de armazenamento móveis, como o próprio celular, o pen-drive, os hds externos e até os notebooks, que podem ser roubados, emprestados ou vendidos. Sim, porque existem casos registrados de pessoas que emprestaram ou venderam seus equipamentos e esqueceram de apagar seus arquivos íntimos, deixando-os assim à mercê de oportunistas. Essas são apenas algumas das reflexões que podemos fazer sobre as novas tecnologias e sua influência para a popularização do Caiu Na Net.

Nunca é demais lembrar a todos que nunca, em hipótese alguma, deixem registrar seus momentos íntimos. Pior ainda se você for aquele que decidiu fazê-lo. Por mais que pareça interessante gravar ou fotografar aquela transa especial, é sempre uma má ideia ter esse tipo de informação arquivada num computador e disponível ao acesso de um estranho. Ou até mesmo de um conhecido, pois lembre-se que este pode querer vingar-se de você por algum motivo. E tenha certeza que, por mais que seu plano de armazenamento desse material pareça infalível, há sempre um modo dele dar errado e assim a sua intimidade acabar Caindo Na Net.


Origem do termo “bullying”

setembro 2, 2010

Nosso blog trata do cyberbullying, que já foi definido no post anterior como a modalidade de bullying que faz uso de tecnologias da comunicação e informação, mas, de onde vem o termo “bullying”?

Bullying é um termo vindo do inglês, derivado da palavra “bully”, que significa “valentão”. Não há uma tradução exata para o português, mas a idéia se aproxima das palavras “provocação”, “arrelia”. Com esta imprecisão, o termo adotado acabou sendo mesmo  o original do inglês.

Fonte: pt.wikipedia.org